Nome: Áurea de Barros Tavares
Conhecido como: Mestra Áurea
Atividade reconhecida: Mestra de Pastoril
Local e Data de Nascimento: Satuba, 19/03/1919
Endereço: Conj. José Maria de Melo, QD 15, nº 486 - Tabuleiro do Martins
Localidade: Maceió - Alagoas - Região Metropolitana
Contato: (82) 3334-3373/ 3328-1796
Registro: Resolução nº 08/2008, Livro de Tombo nº 05, à folha 12 verso, a partir de 18 de agosto de 2008.
Histórico: Nasceu em Satuba/AL no dia 19 de março de 1919, filha de Nicácio Alves de Araújo e de Áurea de Barros Tavares.
Começou a dançar pastoril aos cinco anos de idade, na cidade de Satuba, como borboleta e com apenas treze anos já formou seu primeiro pastoril, o “Mensageiras de Fátima”, no povoado de Saúde.
No inicio da década de 60 trouxe seu pastoril para o bairro da Pitanguinha, ensaiando também no Complexo Educacional de Pesquisas Aplicadas/CEPA, formando grupo de pastoril com os alunos das Escolas Estaduais.
“Meu pastoril é muito antigo, a menina que dançou de borboleta no primeiro grupo que formei já é bisavó e tem um rapaz que foi pastor, hoje é padre. Duas antigas pastoras que moram em São Paulo e lá formaram um pastoril que é um sucesso, vieram me agradecer por tudo que eu ensinei para elas. Gosto de escolher com muito cuidado as meninas que dançam no meu pastoril, são sempre bonitas e responsáveis”. Comenta mestra Áurea, hoje a mais antiga mestra de pastoril em atividade.
Mestra Áurea, como é mais conhecida, também ensaia coco de roda e a tradicional quadrilha junina “Alegria do Sertão”. Os ensaios acontecem na garagem de sua residência no Conjunto José Maria de Melo e na Escola Estadual Irene Garrido, perto de sua casa. “Minha quadrilha junina é toda original, desde o casamento matuto, os vestidos simples e bem enfeitados de picos e rendas e os chapéus de palha dos cavalheiros”.
É sócia fundadora da Associação dos Folguedos Populares de Alagoas/ASFOPAL, estando sempre presente as reuniões, debatendo e defendendo a riqueza e a diversidade cultural do nosso estado, “Alagoas tem uma das culturas mais ricas do Brasil, mas não é valorizada à altura que merece pelas autoridades. Nossa cultura ainda não morreu porque existem mestres teimosos como eu”.
Seus grupos são sempre referencia do folclore de Alagoas, recebendo prêmios e honrarias por onde se apresentam: Campina Grande/PB, Fernando de Noronha/PE, Recife/PE e em Seminários e Congressos.
No ano de 2008, mestra Áurea foi considerada “Patrimônio Vivo” pelo Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Alagoas e recebeu o premio de Culturas Populares “Humberto Maracanã”, do Ministério da Cultura, em reconhecimento a sua dedicação e valorização da Cultura Popular.
Sem modesta, desabafa: - “Tenho certeza que mereço tudo isso e até mais, fiquei viúva aos 27 anos, uma filha para criar, mas assim mesmo dediquei toda a minha vida a estes grupos e tenho amor por todos os jovens que participam das brincadeiras. Agradeço a Deus o dom que Ele me deu, se eu deixar é o fim da minha vida”.
Mestra Áurea acredita que é de suma importância levar o folclore de Alagoas aos colégios, formando grupos nas escolas, despertando e mostrando aos alunos toda a riqueza e grandeza da nossa cultura popular.
Autora de varias jornadas, canta com sua voz grave e afinada:
“As mensageiras chegaram agora
Com muita graça para dançar
E o nascimento de Jesus menino
Tenho estas flores para ofertar”.
Viva o cordão encarnado! Viva o cordão azul!
Fonte: NOVAES, Josefina Maria Medeiros. ASFOPAL - Associação de Folguedos Populares de Alagoas - 25 Anos Brincando Sério. Maceió: Gráfica do Estado/CEPAL, 2010.
+ Falecida em 01/12/2013.