Canarinho de Alagoas

Nome: Antonio Salvador de Souza

Conhecido como: Canarinho de Alagoas

Atividade reconhecida: Trovador, repentista e embolador.

Local e data de nascimento: Limoeiro de Anadia - 26/02/1946

Endereço: Rua Nossa Senhora de Fátima, nº 69 - Centro

Localização: Taquarana - Alagoas - Região do Agreste

Contato: (82) 9927-8024 / 9968-0803

Registro: Livro de Tombo nº 05, à folha 23 verso, a partir de 03 de agosto de 2012 conforme a Lei nº 6.513, de 22 de setembro de 2004, alterada pela Lei nº 7.172 de 30 de junho de 2012.

Histórico: Trovador, Repentista e Embolador. Nasceu no Povoado de Limoeirinho. Começou cantando embolada nas feiras das cidades, depois no centro de Maceió.

Com jeito simples, no dedilhar das cordas do violão ou no ritmo do pandeiro, o violeiro e cantador Antônio Salvador de Souza mostra com sabedoria suas rimas e versos. Na poesia do repente ou na embolada que improvisa, ele canta a vida do homem do interior de Alagoas.

Por causa da cantoria de viola, ele ganhou, ainda em Limoeiro de Anadia, onde nasceu, o carinhoso apelido de Canarinho das Alagoas. E assim foi nos últimos 50 anos, nas praças e feiras onde se tornou atração. “Eu me sinto bem em cantar; esse sempre foi o meu ofício. Nasci para cantar”, afirmou o mestre, que desde ontem, integra o Livro do Registro do Patrimônio Vivo de Alagoas.

Ele iniciou sua carreira com o ritmo do pandeiro, incentivado pelo pai, que lhe deu também um cavaquinho, mas foi com a viola que se identificou. Aprendeu a cantar, observando os outros cantadores, quando era criança, e com o talento de improvisar e a voz poderosa, passou a cantar desafios, martelos, galopes à beira-mar e todos os tipos de cantoria de viola.

“Não tem cantador que canta no meu rojão”, desafia o violeiro, em um de seus versos improvisados. “Faço de cabeça, qualquer tema”, disse, com entusiasmo.

Mas não foi só com cantoria de viola e emboladas tiradas ao som do pandeiro, que ele ficou conhecido. Por mais de 20 anos, participou, na figura do palhaço, de vários grupos de guerreiros no Estado, entre eles o de Joana Gajuru, (Maribondo), de João Inácio (Boca da Mata), Zé Pequeno (Capela), Zé Anjo (Pilar) e mestre Eduardo (Coruripe).

“Sempre recebi convites para participar, era um divertimento muito bom. Chegamos a viajar o Sertão inteiro, até a pé”, relembra o mestre.

A tradição do improviso ultrapassou o tempo e a nova geração da família segue os passos do pai. Três filhos do mestre Canarinho das Alagoas reproduzem o que aprenderam com ele e seguem a profissão. “Fico orgulhoso em poder ver que meus filhos continuam essa tradição da cantoria. Espero que isso ajude a nunca se acabar”.

Segundo o mestre, o povo gosta de poesia e ela sempre há de existir, na voz e nos versos de um Canário das Alagoas.

Texto de Valéria Guimarães

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