Maria de Clarisse

Nome: Maria Severiano dos Santos

Conhecido como: Maria de Clarisse

Atividade reconhecida: Artesã em Renda de Bilro

Local e data de nascimento: São Sebastião, 26/06/1963 

Endereço: Rua Salvino Lima nº46 Centro São Sebastião - AL, CEP 75275-000 

LocalizaçãoArapiraca - Alagoas - Região Agreste

Contato: (82) 3542-1279 Celular (82) 99959-3940/ 99935-6580/ 99155-8039/ 99802-4484

Histórico:Olé, mulher rendera, renda...”. Não é preciso completar o resto da música para saber que a mulher rendeira é símbolo da Cultura Popular no Estado. É no alto de uma almofada que linhas e bilros se que se encontram e se entrelaçam, fazendo, em tamanhos e larguras diferentes, desenhos que aos poucos viram renda. Adotada no Nordeste, a renda de bilro desenha a vida das mulheres há muitos anos. Tradição que é passada de “mãe para filha”. É o caso de Maria Severiano dos Santos, mais conhecida como Mestra Maria de Clarice.

 “Comecei a fazer renda desde pequena, já nasci ouvindo os barulhos do bilro. Foi aí que começou a despertar o interesse. Comecei brincando, depois ficou mais sério, fui aprimorando”, conta a rendeira. “Na minha família a renda de bilro é tradição, aprendi com a minha mãe, Clarice Severiano, também mestra do Patrimônio Vivo, que nos deixou com o falecimento em 2012”.

Reconhecida como Mestra do Patrimônio Vivo desde 2016, Maria de Clarice, residente no município de São Sebastião-Al, explica que a tradição, por vezes, compete com a tecnologia quando se trata de novas gerações. “É um pouco difícil manter a tradição, a juventude de hoje em dia está mais ligada à internet e novas tecnologias e deixa um pouco de lado a Cultura Popular. Mas tento de todas as maneiras com o meu trabalho atrair jovens para o artesanato”, explica a mestra

Não se sabe como a renda chegou ao município, mas o certo é que a produção da renda de bilros em São Sebastião é de excelente Ótima qualidade

qualidade, destacando-se no Nordeste também pela fidelidade das artesãs ao padrão tradicional da comunidade. O tempo de confecção de cada peça varia. “O tempo gasto em cada peça depende do tamanho e do modelo. Alguns eu faço meio metro por dia, do mais fininho, umas peças mais largas são necessários vários dias”

19 de março, Dia do Artesão, é considerado um dia importante para a rendeira. Mesmo com novas profissões surgindo, é certo que algumas são insubstituíveis e continuam as mesmas com o passar dos anos. “Nós resistimos. O Dia do Artesão é um marco. É um dia de grande valor para comemorar. Assim como o título de Mestre do RPV, que para mim foi uma graça de Deus. É uma forma de reconhecimento pelo nosso trabalho e luta de tantos anos”, comemora.

Trabalhando com a renda desde os 8 anos de idade, Maria de Clarice hoje possui um projeto, a Escolinha de Renda, que funciona na antiga sede da Secretaria de Cultura de São Sebastião, onde dá aulas de artesanato, de segunda a quinta-feira, para jovens e também ensina a renda de bilro, a fim de manter viva a tradição da renda na família. “Minha mãe deixou um legado não apenas de arte, mas dignidade, fé e persistência, que deve ser passado de geração em geração, assim como seus ensinamentos sobre a confecção da renda de bilro”.

 Registro do Patrimônio Vivo

O título de Registro do Patrimônio Vivo (RPV) é concedido pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, desde 2005, através da Lei Estadual nº 6.513/04, alterada pela Lei nº 7.172/2010.

 É considerado mestre do RPV a pessoa que detenha os conhecimentos e técnicas necessárias para a preservação dos aspectos da cultura tradicional ou popular de uma comunidade, estabelecida em Alagoas há mais de 20 anos, repassando às novas gerações os saberes relacionados a danças e folguedos, literatura oral e/ou escrita, gastronomia, música, teatro, artesanato, dentre outras práticas da cultura popular que vivenciam. 

 

 

 

 

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