Antônio Selestino

Nome: Antônio Selestino da Silva

Conhecido como: Antônio Selestino

Atividade reconhecidaPajé Indígena da Aldeia Xucuru Kariri de Palmeira dos Índios /AL

Local e data de nascimento: Palmeira dos Índios Alagoas - 15/05/1938

Endereço: Mata da Cafuna - Aldeia Indígena Serra da do Cooití Zona Rural Palmeira dos Índios - Al. CEP57360-000, ponto de referência Terra Indígena Xucuru- Kariri

Contato: (82) 99664-4827 – Jorge Luiz Gonzaga Vieira

E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Histórico: Na década de 1950 iniciou a fundação da atual aldeia Fazenda Canto para buscar e resgatar seu Povo que estava disperso nas periferias da cidade. Hoje com 83 anos de idade.

Índio/ Indígena “Mestre” Patrimônio Vivo de Alagoas desde 2017 Data de nascimento, Histórico. Antônio Selestino da Silva, natural de Palmeira dos Índios, nasceu dia 15 de maio de 1938 no Município de Palmeiras dos Índios, Região Agreste de Alagoas, há mais de 60 anos aproximadamente na tribo/Etnia Xucuru, Kariri de Palmeira dos Índios. O grupo indígena, já se apresentou; em Maceió, Brasília, Recife, Juazeiro do Norte, Ceará.

MACIEL ano 2011 Livro, Pag.119.

Com isso reforça a Aldeia de que com a extinção dos aldeamentos seria feito levantamento da População, e o terreno seria dividido entre índios. A partir desse momento, inicia-se um grande silêncio dos Povos indígenas em Alagoas; as primeiras vozes só aparecem quase meio Século depois, na República, em decorrência da criação do Serviço de Proteção aos índios (SPI), em 1910. Após a criação do SPI, os Xucuru-Kariri, começaram a esboçar uma organização, ainda tímida por conta das perseguições implacáveis por parte da polícia e do preconceito da População. Em depoimento, Antônio Selestino da Silva demonstra revolta e indignação acerca da organização Xucuru na retomada de suas terras. Segundo o Pajé, tudo começou por meio de seu Pai, o Cacique Alfredo Celestino, entre as décadas de 1930 e 1950, salvando seu Povo do extermínio étnico, naquela época tendo o apoio do pesquisador Carlos Estevão de Oliveira. Na década de 50 iniciou a fundação da atual Aldeia Fazenda Canto para buscar e resgatar seu Povo que estava disperso nas periferias da cidade.

Dos 36 mil Hectares de terra de terra, só restaram, 14 tarefas. Mas, mesmo a terra sendo pouca, ela se tornou o marco forte para a reorganização Xucuru-Kariri no Município de Palmeira dos Índios. O Pajé Antônio Selestino da Silva, afirma: “14 tarefas de terra dos 36 mil Hectares que era nossa terra por uma história de democracia, que o Brasil todo era nosso, de quem essa ideia dos Povos indígenas, vindo não sei de quem essa ideia por demarcação; depois demarcaram e não entregaram, até hoje ainda vivemos em conflito de retomada de nossas próprias terras, que não suportamos viver

Nelas como escravos, como trabalhador de invasores, isso é a causa dos Indígenas Xucurus revoltados. Na mesma década, conseguiram o apoio do SPI, perderam o medo e denunciaram as repressões no Rio de Janeiro, antiga Capital do Brasil. Em seu depoimento, Antônio Selestino da Silva, relata que deixou a Aldeia aos 17 anos idade para trabalhar fora e retorna aos 20 para junto de suas origens e de sua família. Após a morte de seu pai, ele assumiu com seu irmão a liderança do Povo, Casou se com a indígena Marlene Santana, com quem teve oito filhos, dos quais se destacou com uma história de luta e suor pelo sonho para ter aterra reconhecida, a líder Maninha Xucuru. 

Em 1954, conseguiram a Fazenda Canto, com o apoio do SPI, 200 hectares, em 1979, retomaram a Mata da Cafuna no município de Palmeiras dos Índios - Al, até então na posse da Prefeitura de Palmeiras dos índios, em 1986, liderada pelo Pajé Antônio Selestino, retomaram as terras que estavam no domínio do Fazendeiro Everaldo Garrote e do sitiante Pedro Benone Jiboia, sobre a posse do comerciante e Fazendeiro Hélio da Purina, da Cafuna, a Cafuna de baixo do Cooití, e Amaro, sobre o comando das lideranças de várias comunidades. No final de 2010, depois de vários trabalhos e seis relatórios de identificação realizados pela FUNAI, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, publicou portaria delimitando cerca de sete mil hectares o território Xucuru-Kariri, no dia 16 de outro de 2013, de acordo com a decisão liminar do Juiz da 8ª Vara Federal de Arapiraca, Antônio José de Carvalho, determina que a União Federal e a FUNAI, demarcaram a terra Xucuru-Kariri. Constata-se que “mesmo considerando a drástica redução territorial, a população” Xucuru-Kariri ainda não conseguiu a posse efetiva da terra do que foi determinado pelo poder executivo e judiciário, em consequência disso, continua sofrendo ameaças e perseguições dos ocupantes de suas terras tradicionais indígenas, finaliza o Pajé Antônio Selestino da Silva. 

 

Maceió, 14 de junho de 2021

Cicero Silva de Farias

Técnico Administrativo da Secult/Pesquisador Cultural.

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